A minha primeira "queda" depois de casada aconteceu em Julho de 2012! Estava casada há 1 ano, quando achámos que se calhar estava na altura de sermos pais! Sempre quis ser mãe, acima de tudo sempre quis ser mãe de muitos filhos... 3 no mínimo! E mãe jovem,já agora, eram os meus requisitos!
Acho que estes requisitos foram consequência de ser filha única e de os meus pais me terem tido com mais de 35 anos. A idade dos meus pais sempre foi algo que me atormentou, porque sempre tive medo que o tempo para estar com eles fosse pouco... Sempre tive receio que o meu pai não me conseguisse levar ao altar ou que não conhecessem os meus filhos! Graças a Deus levou e hoje em dia ambos têm forças para passear com o meu filho e jogar à bola com ele! Que continuem assim por muito mais tempo!
Por tudo isto e muito mais, queria começar a construir a minha família o quanto antes. Tivemos sorte e logo no primeiro mês fiquei grávida! Ainda me lembro de estar com o teste de gravidez na mão, de olhos fechados a contar (até sei lá quanto) e com o coração aos saltos! Não sabia se queria abrir os olhos, porque tinha medo do resultado, desejava tanto aqueles dois trancinhos!
Abri os olhos e não havia dúvidas... Estava grávida! Yeah!!! Corri para o meu marido e ficámos loucos de satisfação! Acho que não cabia em mim de tanta felicidade! Decidimos logo os nomes e consegui que se fosse rapaz o 2º nome seria Maria! Hehehe
Abri os olhos e não havia dúvidas... Estava grávida! Yeah!!! Corri para o meu marido e ficámos loucos de satisfação! Acho que não cabia em mim de tanta felicidade! Decidimos logo os nomes e consegui que se fosse rapaz o 2º nome seria Maria! Hehehe
Depois dos primeiros dias de alegria, um sentimento de dúvida e incertezas começou a apoderar-se de mim... E agora? A minha vida vai mudar completamente! É mesmo isto que eu quero? Nem tive tempo de gozar o casamento! Vou ser a única com filhos? Nenhuma das minhas amigas é mãe, nem está a pensar sê-lo tão cedo! Será que vou conseguir? Pronto! A minha vida acabou!
E durante duas semanas ora estava felicíssima ora estava cheia de medo!
Até que a minha médica me pediu para eu fazer uma ecografia às 8 semanas! Ficámos excitadíssimos! Entrámos no consultório, a Dra super simpática perguntou quando tinha sido a minha última menstruação, lá lhe disse, fez as contas e colocou a sonda.
Fez-se silêncio... Não se ouvia nada! A Dra continuava calada e andava ali de um lado para o outro à procura de algo... E nada! O meu coração começou a ficar muito pequenino... Ao que a Dra diz: "Se calhar fez mal as contas e ainda é muito pequeno e não tem batimento cardíaco! Eu vejo aqui o feijaozinho, mas não tem batimento cardíaco!"
Fez-se silêncio... Não se ouvia nada! A Dra continuava calada e andava ali de um lado para o outro à procura de algo... E nada! O meu coração começou a ficar muito pequenino... Ao que a Dra diz: "Se calhar fez mal as contas e ainda é muito pequeno e não tem batimento cardíaco! Eu vejo aqui o feijaozinho, mas não tem batimento cardíaco!"
Como pais de primeira viagem, não sabíamos o que esperar, por isso quisemos acreditar que era isso mesmo, eu que sempre fui certinha e nunca falhei um dia de menstruação, tinha-me certamente enganado nas contas!
Ficámos de repetir a ecografia na semana seguinte. Foi uma semana de agonia! Sentia-me culpada por ter tido aqueles pensamentos estúpidos! Eu queria tanto!
Fomos novamente fazer a ecografia, mas com os corações do tamanho de ervilhas. Queríamos tanto ouvir um batimento... mas infelizmente tal não aconteceu. A Dra confirmou-nos que o feto não se tinha desenvolvido e que eu teria que abortar. Sim... mais essa, aborto retido, tinha que o provocar.
O meu coração congelou! As lágrimas caíam sem parar... eu queria recompor-me, mas não conseguia! O meu marido tentou consular-me, colocou-me em primeiro lugar, fez de tudo para eu me sentir o melhor possível, mas também ele estava a sofrer por dentro!
Fiquei revoltada! Não estava à espera! Nunca ninguém me disse que isto podia acontecer!!! Porque é que isto está a acontecer comigo? Será que só a mim é que isto me acontece?
Não! Vim a saber que era comum, por isso é que normalmente não se conta antes dos 3 meses, porque a frequência é grande! Para terem noção, vim a saber depois, que mais de metade das mães, que eu conheço com a minha idade, passaram pelo mesmo!
Agora que já me consigo distanciar do momento, consigo contar esta história, e não tenho problema nenhum em fazê-lo, porque acho mesmo que as pessoas devem saber que isto é mais comum do que se pensa!
O aborto em si foi complicado, porque no momento em que a médica me colocou os comprimidos que contraem o útero e provocam o aborto, eu comecei com convulsões que duraram cerca de 30 minutos e só pararam quando ela me retirou os comprimidos que tinha colocado. Tive uma reacção de hipersensibilidade, que é mesmo muito muito raro acontecer, e que significou que teria que fazer uma raspagem. Ao menos uma coisa ficou certa, eu nunca vou poder provocar um parto.
Foi muito duro entrar numa maternidade, ir ao bloco operatório, ser sedada, fazer uma raspagem e sair de lá sem nada! Passar por aquele corredor cheio de bebés, flores e sorrisos! Custou muito!
Nos meses seguintes não queria nem sequer ouvir falar de bebés nem ver grávidas à minha frente! Fomos viajar para "compensar" a perda, dado que não poderíamos fazê-lo se tivéssemos tido o bebé.
Só voltei a tentar 9 meses depois do aborto e sabem o que é que descobri? Que nesses últimos 9 meses não houve nada de extraordinário que eu tivesse feito que não fazia com um filho! Por isso decidimos pôr os receios de parte e voltar a tentar! Agora tinha a certeza absoluta que era a coisa que eu mais desejava!
E Deus quis que desta vez corresse tudo bem e dia 26 de Janeiro de 2013 fomos pais pela primeira vez.
Aprendi 2 coisas com esta "queda":
#1 A vida não é como planeamos, muitas vezes caímos e temos que saber levantar-nos e perceber qual o momento em que já conseguimos andar outra vez.
#2 É extremamente indelicado perguntar a alguém para quando está a pensar ter filhos: nunca se sabe pelo que é que a pessoa está a passar. Não sabemos se estão a tentar e não conseguem, não sabem se tal como eu já perderam, se têm algum constrangimento adicional que não lhes permita sequer tentar ou se por e simplesmente não querem! Por isso dou-vos um conselho: Não perguntem... Esperem que vos digam!
Fomos novamente fazer a ecografia, mas com os corações do tamanho de ervilhas. Queríamos tanto ouvir um batimento... mas infelizmente tal não aconteceu. A Dra confirmou-nos que o feto não se tinha desenvolvido e que eu teria que abortar. Sim... mais essa, aborto retido, tinha que o provocar.
O meu coração congelou! As lágrimas caíam sem parar... eu queria recompor-me, mas não conseguia! O meu marido tentou consular-me, colocou-me em primeiro lugar, fez de tudo para eu me sentir o melhor possível, mas também ele estava a sofrer por dentro!
Fiquei revoltada! Não estava à espera! Nunca ninguém me disse que isto podia acontecer!!! Porque é que isto está a acontecer comigo? Será que só a mim é que isto me acontece?
Não! Vim a saber que era comum, por isso é que normalmente não se conta antes dos 3 meses, porque a frequência é grande! Para terem noção, vim a saber depois, que mais de metade das mães, que eu conheço com a minha idade, passaram pelo mesmo!
Agora que já me consigo distanciar do momento, consigo contar esta história, e não tenho problema nenhum em fazê-lo, porque acho mesmo que as pessoas devem saber que isto é mais comum do que se pensa!
O aborto em si foi complicado, porque no momento em que a médica me colocou os comprimidos que contraem o útero e provocam o aborto, eu comecei com convulsões que duraram cerca de 30 minutos e só pararam quando ela me retirou os comprimidos que tinha colocado. Tive uma reacção de hipersensibilidade, que é mesmo muito muito raro acontecer, e que significou que teria que fazer uma raspagem. Ao menos uma coisa ficou certa, eu nunca vou poder provocar um parto.
Foi muito duro entrar numa maternidade, ir ao bloco operatório, ser sedada, fazer uma raspagem e sair de lá sem nada! Passar por aquele corredor cheio de bebés, flores e sorrisos! Custou muito!
Nos meses seguintes não queria nem sequer ouvir falar de bebés nem ver grávidas à minha frente! Fomos viajar para "compensar" a perda, dado que não poderíamos fazê-lo se tivéssemos tido o bebé.
Só voltei a tentar 9 meses depois do aborto e sabem o que é que descobri? Que nesses últimos 9 meses não houve nada de extraordinário que eu tivesse feito que não fazia com um filho! Por isso decidimos pôr os receios de parte e voltar a tentar! Agora tinha a certeza absoluta que era a coisa que eu mais desejava!
E Deus quis que desta vez corresse tudo bem e dia 26 de Janeiro de 2013 fomos pais pela primeira vez.
Aprendi 2 coisas com esta "queda":
#1 A vida não é como planeamos, muitas vezes caímos e temos que saber levantar-nos e perceber qual o momento em que já conseguimos andar outra vez.
#2 É extremamente indelicado perguntar a alguém para quando está a pensar ter filhos: nunca se sabe pelo que é que a pessoa está a passar. Não sabemos se estão a tentar e não conseguem, não sabem se tal como eu já perderam, se têm algum constrangimento adicional que não lhes permita sequer tentar ou se por e simplesmente não querem! Por isso dou-vos um conselho: Não perguntem... Esperem que vos digam!